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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tempo 1993


Tempo...existência não existente,
Entidade abstracta, inconsistente,
Ser- Não Ser, império
Incompreensível, intocável mistério.

Tempo- catacumba de um passado
Longínquo
Invólucro de um futuro
Que ecoa
Num Agora de sino adiantado.

Uma inequívoca e infinita iniciação
Algo ilimitado, pura des-reflexão.

Tempo...quem sabe?
Invenção de um homem sequioso,
Covarde homem face a um vazio,
Covarde de pavor perante a anulação.

A anulação de si, do aqui.

Sob o olhar atento do Céu,
Sob o escutar perspicaz do vento,
Perante a imensidão de um mar
Dolente, carente...
O tempo passa
Para não mais voltar
Passa e não volta!

O sussurrar da brisa o revela,
Em esbatimento de luz quando sombra.
Em fulgor de sombra quando luz.
Mas o tempo passa
Para não mais voltar
Passa e não volta!

(de Conceição Sousa in "Eu ou Ela ?")

3 comentários:

  1. Viva Conceição.

    Gostei deste poema sobre essa abstracção a que damos tanta (demasiada, talvez..) importância!!

    O que poderíamos nós perder se o tempo perdesse essa importância?

    Um beijinho

    Filomena

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  2. ...frágil e obscura dependência do tempo... que é «império e mistério...»!!!
    Texto poético em dois momentos(a meu ver), ambos muito bonitos, dando preferência ao 1º«...des-reflexão.», mais reflexivo e o 2º mais paisagístico!!
    Beijo

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