O que me move
É o Amor…
São os meus filhos
E neste conceito
Incluo meu mano
E todos os filhos
De todas as mães
Que têm os olhos postos
Em mim
E aguardam respostas
Sem fim.
Que um dia hão-de perguntar…
-Oh mãe, onde estás? Vem me ajudar!
Quero que sintam estes versos
E neles viajem seus regressos
Quero que escutem minhas letras
Animem forças de cometas
E reajam aos contratempos
Quero que leiam minha alma
E se definam com toda a calma
Que revivam a pessoa que sou
O bom e o mau, a lua e o chão
Pessoa que também eles são.
A insegurança, a timidez
A coragem e a altivez
A pessoa que com eles se fez
A alegria, o contentamento, a dor,
A pessoa que eles conhecem de cor.
O que me move
É o Amor
Pelos meus rebentos
E todos os rebentos
Que um dia hão-de pensar…
-Oh mãe ! P’ra onde foste ?
Vem me buscar.
Não venho buscar, não.
Estou nestes versos, aqui.
Renasce das cinzas.
Luta com os teus “eus”
Afasta as tuas mágoas.
Perdoa os teus enganos.
Recomeça de novas águas.
Apega-te ao teu Deus.
Confia no próprio dano
E não baixes o pano !
O que me move
É o Amor
Pelo meu imperador
E todos os imperadores
Pelo meu sorrir
E todos os sorrires
Pela minha flor
E todas as flores
Pela ternura com que os crio
Pela doçura com que os amo
Um dia hão-de me inquirir…
-Oh mãe! Por onde hei-de sair?
Não saias. Fica.
Agarra-te a ti, à tua consciência
Enfrenta-te e à tua demência.
Dialoga contigo e com o teu carrasco
Arruma os atritos na prateleira
A angústia do ontem a um canto
Começa do zero, inspira-te
Perdoa-te como a um santo
E manobra na vida o mastro
Veleja na luz da tranquilidade
Agarra-te à minha saudade.
É o Amor
Que me move
Aos meus pais
A todos os pais
Que na vida tudo dão
O sacro-ofício dos seus exércitos
Quero dizer-lhes que merecem
Pois têm varinha de condão
Quero mostrar-lhes a pena valer
O investimento num filho ser
Quero presenteá-los na paciência
Com que choram suas dores
Na criação de todos os amores
Quero dizer-lhes
Que os amo até mais não
Que agradeço a sua bênção
O acto do meu existir
O carinho do meu dormir
A vontade do meu despertar.
O que me move
É o Amor…
Aos meus progenitores
A todos os progenitores
Quero que olhem para mim
E tenham alegrias sem fim
Que vivam neste entardecer
O eco de todo o seu viver
Que sintam na plenitude
Esta centelha de felicidade
E a transformem em juventude
Quero que pensem amiúde
Que é bom cá estar
Mesmo que o corpo se arraste
Quero que sintam vontade
Em respirar…
Olhem para mim
E atrevam-se a sonhar
Mesmo que as dores abainhem
Como espadas na carne
Olhem para nós
Filhos de vós
E sorriam p’ra lá do fim
P’ra cá da voz.
O que me move
É o Amor…
O amor a Deus
O Cria(dor)
Pois sem a dor
Não há Amor
E Amor é Deus
Deus não tem forma
É energia
Cabe em nós
De alegria
Está sempre cá
E toda (via)
Toda a vida buscamos lá
O que me move é o Amor
E amor sou “Eu”
( de Conceição Sousa)
Este é um dos meus poemas preferidos.
ResponderEliminarQue me move...
Que me comove.
Celebremos o Amor!
Tua sempre amiga
Mizé