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sexta-feira, 9 de março de 2012

Não tenhas medo.

Perscrutar aquele olhar daquela criança -
e tentar perceber o porquê daquela tristeza tão funda.
Aquele silêncio baço a olhar na direcção dos meus olhos,
a tocar o sino frenético da aldeia em busca de socorro...
aquele silêncio tão baço, aquele grito inerte tão nítido.
Dói-nos,meu amor. Dói-nos. Vem cá.
Dá-me um abraço. Sente o meu abraço.
Por uns segundos, deixa que a luz entre no teu mundo.
Não tenhas medo.
E as íris que se contemplam ( que se aproximam) e,
à distância de um atentar de segundos, se abraçam e embaraçam.
Não tenhas medo.
Só sei que não mereço,não mereço.
Não tens culpa, meu amor.Não tens culpa.
Aceita o meu abraço.
E o que está por detrás dos olhos ordena às lágrimas
que os inundem e os protejam da força
daquele silencioso e já saudoso abraço.
 (Conceição Sousa)

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