É a vida que nos olha, percebe e suplica.
É a vida que nos molha, concebe e agita.
E o nós que não se quer: ser molhado - sequer olhado.
E o nós em tormento do outro lado -
a vela acesa e do sopro momento: aguardo.
A chama em calor abrasa a gota
que desce, lentamente, o estar.
E na ravina do ocaso segura
a lágrima. Encontra o branco absorta.
Despe-se do tórrido, abraça a ternura,
caminha na luz soltando a loucura.
Leve, desliza no vale sem cor -
pedra de cera cristaliza-se amor.
É a vida em todo o seu esplendor.
É a vida, amor. É a vida sem dor.
O nós que sei - a sós. É o após
tranquilo - o serenar da voz.
É a vida, amor. É do estar: pleno sabor.
(Conceição Sousa)
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