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sexta-feira, 6 de julho de 2012




sorrimos o cálice da porta entreaberta;

provámos o arrepio da noite que foge à janela que brada;

deslizámos na labareda do precipício rubro,

num abraço de asfalto a tocar a nudez da cascata;

sentimos – na partícula do que  se passou a ser,

no átomo do que se soube a saber, na faísca do que se rebentou a conhecer –

o embargo das vozes paridas e chamuscadas;

corremos por entre um emaranhado de fustigadas carnívoras,

de fisgadas traições sedentas de palco, de contidos bocejos no pasmo do onde…

e silenciámos o medo ao converter o espanto num beijo cavernoso:

ainda é escuro, sim; ainda é fresco, sim; ainda é húmido, sim –

e as feras mansas aguardam lá fora. escutam o nosso rugir…

assombram-se , e não entram. Hummmmm!



(Conceição Sousa in “podes ir, mas não sem antes voltar.”)

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