O barco triste veleja nas águas turvas
Sereno ao monte escarpado acena
Observa as ondas que o monte beijam
Quer lá ir e o vento não o arrasta.
As ondas carpem o dia, na rocha, agitam
O veleiro lânguido, quase morto, desliza
Para o lado - interminável dor do horizonte.
É monte, é duro, é bruto, é torto
É poste hirto na âncora do leme.
E o vento que não vem p’ra me levar adiante
Eu que me afogo nestas águas paradas
Veleiro naufragado em almas penadas
Abano que nem a folhagem verdejante…
É a brisa: quer-me em afago constante.
O céu faz-me olhar o teu c(a)rente azul
Esqueço o monte (a)fundo os corais
Mostra-me reflexo teu nas águas termais
Abre-me nova porta descoberta enfeitiça
Chama-me velejar tuas ondas gigantes
E até ao infinito cobre-nos: diamantes.
(Conceição Sousa)
The sad boat sails on muddy waters
Serene it waves to the steep hill
Observes the waves kissing the mountain
Wants to go there but the wind doesn't haul.
The waves carping the day, on the rock, hustle
The languid sailboat, almost dead, slithers
To the side - endless horizon pain.
It's slide, it's hard, it's raw, it's awry
It's a rigid pole in the helm anchor.
And the wind that won't come to take me ahead
Me drowning in these motionless waters.
Shipwrecked sailboat among suffering souls
Shaking am I as the verdant foliage...
The breeze: wants me in constant tenderness.
The sky makes me look to your believing wanting blue
I forget the deep hill and sink the c(h)orals.
Show me your reflection on the thermal waters
Opened new found gate it bewitches
Call me to sail your giant billows
And till the infinite: cover us diamonds.
(by Conceição Sousa )
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