É um esculpir sofrido da musa sonhada,
É um carpir eremítico – na sua amada.
Dói: vê-lo
- Pigmaleão - chorando o vazio;
Celibatário na carne, na aparência vadio.
Alinha o estar na roda do intelecto
Percepciona o amor objecto abjecto.
Nesta realidade: fome, sede e seca.
Sacia-se no pensamento venerar confessa.
Molda em redor c(a)rente mundo intuído,
Crava na pedra seu sonho, vencido.
Fustiga a estátua no rugir das vagas marés
Oferecendo-se pó ao vento, de lés a lés.
Aura – aguarda o sacrifício da ansiada chuva.
À obra finda: afaga branca e acetinada luva.
Por terras inférteis devaneia Céus e infinito;
É o efeito que trago no peito – assim foi escrito.
Plebeia observo - doce e mágica humanização –
O amor no olhar brilhante de Pigmaleão.
(Conceição Sousa )
It's a suffering sculpting on the dreamt muse
It's a hermit carving - in his beloved one.
It hurts: watching him
-Pygmalion- crying the emptiness.
Celibate in the flesh, vagrant in the appearance
He adjusts the being by the intelect wheel (will)
and grasps the love as a hideous object.
This reality: hunger, thirst and drought
He slakes in the thought veneration confesses
He shapes around believing in a perceived world,
Carves in the stone his dream, lost and alone.
Fustigating the statue in the roaring of the tide waves
offering himself dust to the wind worldwide.
Aura - expecting the sacrifice of the avid rain
To the final work: pampers white and satin glove.
Through infertile lands he wanders skies and infinite
It's the effect that I bring inside - so it was written.
Plebeian I observe - sweet and magic humanization -
The love in the shining Pygmalion gaze.
(Conceição Sousa )
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