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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Há uma linha de vida



Há uma linha de vida (boas, más, mais ou menos boas e más experiências)
que nos leva a algum lugar.
Há uma linha de vida (de sorrisos, de choros, de gargalhadas, de lágrimas,
de disparates e de loucura, de serenidade e comedimento)
que nos conduz àquele lugar.
Há uma linha de vida traçada, compreendida pouco-a-pouco,
sonhada, perdida, reencontrada, desistida, resgatada,
que nos coloca, com precisão, naquele ponto específico.
Há uma linha de vida solitária, partilhada, escondida, mostrada,
sofrida, cantada, que nos traz (passo a passo, receio a receio, arrojo a arrojo,
alegria a alegria, tristeza a tristeza, vitória a vitória, derrota a derrota,
dor a dor, celebração a celebração, furor a furor) a este estar - o de agora.
Saboreia o que tiveres de saborear. Ama o que tiveres de amar.
Dá-te, em vida, na tua linha de vida: dá o que tiveres de dar.
Há uma linha de vida que tem de continuar: as de morte acabam por,
na linha de vida, se acabar: ficam onde têm de ficar ( lá: no passado);
e servem para o que servem: a linha de vida fazer avançar.
Há várias linhas de vida, dentro da tua linha de vida, que te acenam e te sorriem.
Há várias linhas de vida, dentro da tua linha de vida, que te acompanham e orientam -
muitas vezes, de tão aliciantes, até te fazem sofrer,
sem no entanto da principal linha te levarem a perder.
Há várias linhas de vida, dentro da tua linha de vida, que te beijam e te abraçam
(dizem um "olá" e , de imediato, acenam um "tchau");
não percorrem contigo a tua linha de vida: desistem-te;
mas marcam para sempre um sorriso no teu coração - até àquele ponto finito de luz:
o início da escuridão ( ou doutra coisa qualquer por dentro da visão)
(de Conceição Sousa)

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