Concedo (a)o tempo mudo um prazo
Demarco neutro um ábio território
Ordeno a renúncia ao vil ocaso
Imponho a pausa do abonatório
Careço humilde d’ aborígene reflexão
Abafo o fôlego importuno da vitalidade
Mereço um hiato em cada ponderação
Abjugo a essência …pura saudade!
Aviltas-te de ti e do ânimo vigor
Abandalhas o espaço enérgico dado
Enxovalhas a morte em ténue torpor
Difamas a azáfama inerte do fado
Presumes-te (De)idade no atalho veloz
Relaxas os ímpetos mortais, mentes.
Sussurras gritando embargo na voz
Sabes pois que a derrocada consentes.
Aborto a rampa da pretensa solidão
Contemporizo as tréguas do Cáucaso triste
Compactuo na barragem finda contenção
Efervesço no olhar de tudo o que existe
Estremeço um passo na berma da estrada
Sei que espreito o rio menear em seu leito
Censuro-me na ode do tudo e do nada
Babo e choro na lama onde me deito.
Resignas-te enfim aos imediatos sentidos
Apeias-te descalça nas águas te molhas
Acatas o toque (a)o som dos gemidos
Conformas-te rugir do vento e das folhas
Tempo ao tempo não podes ablactar
Nem tempo ao tempo ousas sequer abonar
O mais em que arriscas insana arpoar
É junto ao afago das pedras humana desaguar.
( de Conceição Sousa )
Sem comentários:
Enviar um comentário