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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"Idalina"

E a ternura com que as calejadas mãos
Ajeitam as flores que choram
Aos primeiros raios gélidos de sol...
O coração aperta de saudade
Sorrindo no exacto momento
Em que os olhos petrificam
Aquela imagem junto à lápide
Que já foi sangue e vida...até...

O cântaro na cabeça amparado
Por um pano húmido bem dobrado
O pé encaixa um soco fugidio
Os cabelos enrolam em toco arredio
A anca que balança cima-abaixo
O estrugido a aguardar no preto tacho
A cebola em sal grosso e azeite
Passo ligeiro e branca rede de enfeite
Amendoins amolecidos pelo tempo
E o som gemido do combóio leva o vento
Uhuhuuuuuuuuuuuuuuu....

( de Conceição Sousa )

1 comentário:

  1. Adorei este poema, pois só pode vir de um ser com uma alma grandiosa " a nossa Conceição".
    Parabéns.

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