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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O cálice

Entre muitos textos que tenho lido neste percurso terreno retive algumas idéias...por talvez estarem próximas de circunstâncias de vida muito específicas. O facto de ter nascido mulher, no ano de 74, em Portugal...o facto de ter vivido toda uma vida numa cidade pequena que foi crescendo, alargando os seus horizontes, e que se foi transformando, renascendo, como eu...a circunstância de ter conhecido de perto a doença, e encarar a morte na pele de uma irmã ao entrar na fase da adolescência... cair assim abruptamente à porta de um outro mundo, sonhando a infância feliz, descalça e despreocupada como uma história imaginária lá longe, muito longe...a luta pelo reconhecimento como ser com direito a tudo de forma inata sem ter de pedir licença e  desculpa por existir e por ser mulher.  O "Santo Graal" e a demanda do rei Artur por aquele cálice de vida, o segredo valioso da existência que mais tarde Dan Brown descreve como tendo a forma do ventre feminino, o sagrado feminino...o "Santo Graal", o cálice, o útero, a resposta, o amor...gerar vida, refrear a morte, renascer. O cálice, o ventre, símbolos do acto de fé, de que com amor geramos essa benção que é "viver", com amor permitimo-nos renascer ...não esqueçamos o sagrado masculino, pois virando o cálice ao contrário o ciclo fecha-se e fica completo, temos assim a ampulheta do tempo onde as areias da existência se movem e agitam e o masculino dá lugar ao feminino e o feminino ampara e cai sobre o masculino...indefinidamente....

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