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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Segura-me, bem firme, meu amor.



É óbvio que, em última ou primeira instância, penso no meu próprio umbigo - ou será que não?
Se aqueles, a quem eu amo, estão bem, eu também me sinto bem - sempre pronta para um sorriso.
Será que eu desejo que aqueles, a quem eu amo, se sintam bem para que possa eu também me sentir bem?
Poça! Avario.
É um facto que, se estiverem mal, de imediato, eu fico mal.
Dói. Muito. É uma pressão desagradável no peito e um sabor amargo na boca.
Então é melhor para mim, e para eles, que estejam sempre bem.
Mas isto não é penar no próprio umbigo, é penar pelo umbigo do outro.
Não é individualismo.
É algo que não se explica.
É amor ao outro, e a mim - mas mais ao outro.
Senão como se explica que muitas almas abdiquem de órgãos corporais, de caminhos de vida, de manifestações intelectuais e, por vezes, até do próprio direito à existência?
É evidente, por exemplo, no rosto de certas mães, a quem usurparam os filhos, como é penosa a existência sem os seus rebentos. É só um exemplo.
Viver, sim : na presença do outro a quem amamos.
Viver, sim: na sua ausência; mas não na do Amor de que não abdicamos e, muitas vezes, pelo qual penamos.
No entanto, também sei que, mesmo sem o corpo, é esse mesmo Amor que nos dá força
e nos obriga a gostar da nossa vida e a viver.
Afectos poderosos que nos ficam no coração: aquele sorriso no olhar que nos deita, muitas vezes, a mão.
Segura-me, bem firme, meu amor.
(Conceição Sousa)

2 comentários:

  1. Ola, vim convidar-lhe para conhecer meu blog!

    Se seguir, sigo de volta
    bjo grande

    obrigada

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  2. ja percebi que vou gostar de seus livros..em muito me identifico neles..e e verdade muitas vezes abdicamos de caminhos de vida em prol do amor aos outros..e perdemos o sentido da vida..mas vivemos para ver esses outros que amamos felizes..beijinho

    cristina sousa

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