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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

16 *Acreditar em mim


O mais importante é nunca deixarmos de acreditar na pessoa que somos, e na pessoa que queremos ser.
Podemos, em dado momento, talvez por não estarmos rodeados das melhores pessoas nos seus melhores momentos, vacilar, ponderar algumas das nossas escolhas – isso é humano ( e até desejável!).
Podemos sentir a insegurança a apoderar-se de nós, questionar se os valores, pelos quais sempre nos regemos, são indispensáveis a um ar limpo e respirável; e até perceber, em dado instante, que a flacidez não é propriedade exclusiva da pele, também acontece na alma, também a alma pede flexibilidade – isso é humano.
E algumas das regras precisam mesmo de ser arrancadas do íntimo, porque, se antes serviam, mais à frente no tempo podemos senti-las como forçadas, destoadas da evolução natural das coisas – isso também é humano.
Mas o mais importante mesmo é nunca deixarmos de acreditar na pessoa que somos, e na pessoa que queremos ser, principalmente se essa pessoa é parte activa e fundamental na vida de outras pessoas: o bolo de chocolate que ampara a solidão da vizinha, o bom-dia nas escadas do prédio; o abraço ao nosso doente naquela cama de hospital, e que, por arrasto, se alastra ao doente da cama ao lado; o olhar atento às perguntas silenciosas daquela criança, e o sorriso, sempre o sorriso a dizer “estou aqui.”; a mão estendida e aberta no coração de quem te pede, em pé ou caído, sempre a mão estendida e aberta no coração de quem te pede ( e até de quem não te sabe ou não te consegue pedir, mas mesmo assim pede); a tua existência, a tua voz, o teu olhar, a tua presença, a tua ausência, a tua existência…tão somente isso, a tua existência – com rugas, sem rugas, mais gordo, mais magro, mais falador, mais calado -, a tua simples existência é o suficiente para que a vida de todos quantos te rodeiam, te sabem e te merecem, se sintam mais felizes.
O mais importante mesmo é nunca deixarmos de acreditar na pessoa que somos, e na pessoa que queremos ser. E eu, embora com alguns desvios ( confesso), quero manter-me e ser sempre Amor.

(Conceição Sousa)

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