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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

monopólio

Não gosto de monopólios, não quero monopólios, odeio monopólios.
Quero, sim, poder dizer que sou tua amiga -
porque o sinto, porque o sou, só não o digo. Sou expansiva, e?
Porque o sentes, porque o és, só não o dizes. És temerário, e?
Porque sinto que, se o disser, alguns dos outros não o irão entender
e tu sentir-te-ás monopolizado, aterrorizado e infeliz.
Porque não me mereces, sabes?
Porque os melhores dos amigos não se desistem
e porque Deus assim quis.
Mas, acredita, é isso que somos: os melhores dos amigos, os que abdicam.
Tu, por cobardia. Eu, p'ra te dar força e te sentir ainda mais feliz.
Os melhores dos amigos, lembra-te, os melhores dos amigos.
Com a graça da literatura e da maturidade da vida - a minha, claro.
E os melhores dos amigos comungam sempre de uma paixão:
seduzem-se, beijam-se e concluem que só fazem disparates,
que o sentir não é aquele,
que há música, sim, dançada a dois, no âmago do tempo,
e perdoam-se quando percebem que é de irmãos o desalento.
E nunca se desprendem da mão.
Lembra-te, os melhores dos amigos,
são os que sorriem no coração. 


(F)


Conceição Sousa


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