Todos caímos - alguns tropeçam, outros são pregados na cruz com rasteiras. Todos caímos - uns aldrabam a queda, camuflam as feridas, e fingem uma erecção permanente; outros sorriem o elevar de rosto - é isso que as quedas fazem, quebram-nos nas pernas mas erguem-nos no olhar ( chamo-lhes despertar, ter um vislumbre de céu); outros choram o que caiu e, enquanto se afundam naquele bolor - verdete de ser que parece não conseguir se libertar do acto de escorregar -, esquecem que já estão no chão, e que se estão na lama mais vale besuntarem-se nela, esfregarem-na na cara de todos, e só aí romperem as lágrimas para que lavem a subida na sujidade impregnada no coração dos hipócritas. Há uma pele luzidia em ti a soerguer-te essa demanda.
E, lembra-te, todos caímos.
(F)
( Conceição Sousa)
E, lembra-te, todos caímos.
(F)
( Conceição Sousa)
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