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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

p'ra baixo

Queres pôr-me p'ra baixo,
queres manter-me ali, espezinhada, ó vida!, ó desgraçada!
Esqueces-te...esqueces-te que em ti busco essa imunidade,
esqueces-te...e encontro, ó vida!, ó desvairada!, encontro sempre.
Se bem que me segures nesse patamar dos que se martirizam,
esqueces-te que em ti inspiro, espreguiço-me fundo, e abraço tudo
o que preciso, tudo o que me satisfaz neste mundo: as estações.
Queres pôr-me p'ra baixo, ó desgraçada!,
e não vês que é em ti, ó vida!, na tua existência, que me sinto
a mais amada.
Vem, vem, sacaninha!, dá-me com tudo!
Enquanto me deres, bom ou mau,
já terá valido a pena: ainda abro os olhos, ainda vejo luz e escuridão, ainda estou.
A rir? Claro que sim. Escuro é que não.
(F)
Conceição Sousa

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