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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Amo-te, meu querido irmão.

Há alguém, algures, que me conhece
A mim: pessoa de nenhures e de ninguém.
Alguém, a quem muito agradeço,
pois sempre que (de mim ) padeço
deita-me a mão - trazendo-me de volta: união.
É um na beira da estrada - eu derrocada-,
conforta todas as minhas faces (doces enlaces);
delas ampara as quedas: montando-as chegada.
O puzzle de mim é sua vida, ternura-
diverte-se nessa loucura - e dura lida,
unindo, tentativa após tentativa, meu beco sem saída.
Nem sempre está presente (quase nunca),
mas sei-o eterno, ali - atento ao meu tormento:
momento de si.
Hoje, especialmente hoje, quero agradecer
toda a disponibilidade sentida no seu viver -
a esse alguém que sabe quem este ninguém é,
a esse alguém que ama, sem desdém: de pé.
Sou mais nenhures do que algures, bem sei;
Sou mais não do que sim: tem sido esta a lei.
Quero que saibas aquilo que de todo sabes;
és minha criação: sangue permanente na fenda do coração.
Amo-te, meu querido irmão.

(de Conceição Sousa)

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