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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

É só o que me basta.

És tu que me tens mesmo não tendo -sabes que sim.
Sou eu em teu olhar : o dentro - não se mostra, não se vê. É.
E tenho-te, preso na minha cruz : diamante - reluz.
Lágrima dos meus dias, das minhas noites; teimas em cair.
Varres, martirizada face, as alegrias; queimas ao seduzir.
E quero-te na ternura de todos os meus eus : beijo-te na língua -nas línguas
dormem os lençóis da bravura. Massacre. Puro massacre contido nos Céus.
Jazem, nos silêncios que se calam, as preces do vem e do toma-me.
A vida paralela (a desejada e sentida), no reflexo do espelho: simples aguarela.
A vida na membrana saboreada - não a do sexo ; verdadeira película : amada.
Serei? Confesso. Sou. Sei: num espaço só nosso, cúmplice. E é só o que me basta.

(Conceição Sousa)

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