É no silêncio que te ocupo todo,
é nessa presença de realidade com cobertura de esquecimento
que te digo a paz de mim, o amor que me mereces,
a felicidade que me rastejas.
Doo-me, sim;
até na máxima contenção de palavras e gestos
para que me penses e sintas distante -
e assim bem mais próxima de ti.
Não te quero afunilado num turbilhão de incongruências.
Quero-te liberto, a preservar uma qualquer felicidade.
Eu sorrir-te-ei sempre.
Nuns dias serei um raio de sol,
noutros um fio de gelo -
sempre chama a arder-te na alma, a queimar-te na pele.
Mesmo quando pensas que não me sentes.
*
(Conceição Sousa)
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