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sexta-feira, 8 de março de 2013

humano no amor

Por aqui, como se vê (e sente), há quem tenha nascido (e somos muitos) para amar. E não há invólucro que consiga suster tamanho rebentamento. Há fissuras que se abrem por toda a economia: o amor verte-se em cada rasgo de contenção; o amor explode em cada fenda de artificial; o amor, que é da natureza das pessoas, contrai os juros da ganância, abespinha os gráficos do egoísta, abraça o humano; o amor, que trouxe à vida cada pessoa (no acto de o procriar, no ventre de o criar, na mama de o cuidar, no sono de o sonhar) ergue-se no alicerce de o ser, desde sempre: o amor. Por aqui, como se sente e sabe, como se sente e somos, não há outra via que não seja esta: a do âmago, a do nu, a do que só é aquilo que é porque ninguém impõe ao que é aquilo que não pode inevitavelmente deixar de ser: amor ao humano e humano no amor. São as pessoas que ordenam aos números e não os números que amam as pessoas. Atreve-te, bebé esquecido de mama de mãe, a impôr mais austeridade de leite a quem, como é do senso comum, precisa de sentir em todas as fases da vida a teta do amor...

(Conceição Sousa)

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