Há dores que se entranham na nossa rotina,
qual fechar húmido de estores,
qual abrir lento de amores...
cavam o voo dos que se encolhem
no espaço tolhido da resignação.
Há dores tão necessárias
que sem elas nunca saberíamos a doçura
do que estando já deixa saudade.
E todos os nossos sentidos amadurecem na dureza de muitas dores.
Correm atrás de cada pausa do instante;
seguram o tempo de uma cor, de um tom,
de um sabor, de um escutar, de um toque a acabar,
de um aroma de mundo só nosso -
a despedida lenta num sorriso de gratidão.
(Conceição Sousa)
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