Bem vês, como suo,
diariamente,
para que todos em meu redor possam sorrir,
simplesmente sorrir.
Bem sentes,
como o sou,
desprendida de tudo,
afecto colhido e entregue: mero transmissor.
Bem escutas,
como anseio a tua compreensão,
fé no acaso construída,
a partilha do teu abalo.
Juro que, mil vezes, tentei
não ser assim,
fugir ao que sou, a este mim,
e resguardar-me no egoísmo de uma mão fechada -
até porque me é difícil aceitar
todas as provas tão injustas pelas quais me obrigas a passar.
Mas não há remédio.
No clique da decisão, é sempre a mesma
a escolha:
podes levar tudo, irmão.
Com ou sem sorriso,
podes levar tudo.
*
(Conceição Sousa)
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