Não penses que não tenho razões para que transforme a minha vida num pesar permanente.
É verdade. Tenho-as, como tu tens; como qualquer um, humano, tem.
Mas escolho viver serena; escolho resolver, com calma, um assunto de cada vez;
escolho direccionar a minha atenção para o que me dá paz;
escolho encontrar nos pormenores que poucos vêem a minha luz.
E queres que te conte um segredo? Consigo. Consigo, desde sempre, viver tranquila.
Consigo, desde sempre, lançar uma pedra de cada vez ao lago
e apreciar a espiral de amor a formar-se, a crescer e a, lentamente, desaparecer.
Consigo fazer do meu instante o bem, deitar a cabeça na almofada e sorrir-te.
Consigo, cansada, mas consigo.
Consigo fazer da minha vida, mesmo que não a queiras, a palavra amiga.
(Conceição Sousa)
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