Aquela expressão que fazes quando algo te martiriza,
aquele jeito baço de não olhar para fora,
aquela fuga de luminosidade para um tempo mais atrás,
uma rebobinagem da fita,
sempre o mesmo trecho,
com o holofote na potência máxima
e os olhos virados para dentro...
E quando te pergunto se posso,
te digo que quero,
ajudar,
fixas o teu olhar no meu,
regressas do teu cadafalso
e a lágrima implora-me a voz do
"não me dês o que já perdi,
outra vez a esperança não,
não sejas cruel,
p'ra que perguntas? "
Só me resta apertar-te entre os meus braços.
(F)
( Conceição Sousa)
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