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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Agora?

Agora?
Agora, apenas ocupo aquele recorte de sol que me é destinado, aquele fragmento de vento, aquele cantinho de chuva, aquele piscar de treva, aquela fragrância de mar.
Agora?
Agora, apenas preencho de tinta rubra a ausência da tua voz, esse silêncio tão quente, tão quente...
Agora?
Agora, prendo-me em todos os gestos de início, todas as rotinas das estações, verto-me de tempo, e mais tempo, e mais tempo.
E há quem diga, e eu acredito, que a felicidade é isto mesmo - continuar, apenas continuar, sem saber ao quê, nem porquê, nem para quê -, mas só tomamos conhecimento dela quando deixou de nos ver.

(Conceição Sousa)


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