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domingo, 12 de maio de 2013

paixão e ternura

Se tiver de escolher entre a paixão e a ternura, fica a saber: ternura. 
A paixão é um engano da vida, 
defesa a uma rotina que se pensa que se não quer, 
fugaz e efémera, 
por - desfeito o engano - percebermos a falência e o nada 
a que todos os picos se dedicam.
A ternura é cálido beijo, 
olhar humilde e lacrimoso, 
ombro forte e braço rijo 
no amparo e na lida em que o afecto se dá e colhe.
A ternura é consistência e simplicidade, 
o trabalhar do dia-a-dia, 
o cansaço no sorriso ameno de uma voz que se silencia, 
mas que diz todas as palavras nos gestos que se não abdicam.
A ternura é suor e sangue, 
é dor contida, 
é conforto de amante: o verdadeiro e único amor.
Quero-te sempre, ternura.

(Conceição Sousa)

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