Se tiver de escolher entre a paixão e a ternura, fica a saber: ternura.
A paixão é um engano da vida,
defesa a uma rotina que se pensa que se não quer,
fugaz e efémera,
por - desfeito o engano - percebermos a falência e o nada
a que todos os picos se dedicam.
A ternura é cálido beijo,
olhar humilde e lacrimoso,
ombro forte e braço rijo
no amparo e na lida em que o afecto se dá e colhe.
A ternura é consistência e simplicidade,
o trabalhar do dia-a-dia,
o cansaço no sorriso ameno de uma voz que se silencia,
mas que diz todas as palavras nos gestos que se não abdicam.
A ternura é suor e sangue,
é dor contida,
é conforto de amante: o verdadeiro e único amor.
Quero-te sempre, ternura.
(Conceição Sousa)
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