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sábado, 25 de maio de 2013

inseguro

- Estás inseguro? Não estejas.
- Não estou inseguro. Conheço bem o meu valor. Estou preocupado. Estar preocupado é diferente de estar inseguro.
- Não estejas preocupado. São meros caminhos. Caminhos tão somente. Caminhos que precisam de ser feitos.
- Sim, sei. Sabes que te amo, certo?
- Houve alturas em que duvidei. Mas, agora, depois de tanto, depois de tudo, ainda me dizes

" Sabes que te amo, certo?" - um olhar interminável, um olhar doce e húmido inacabável.
- Claro que sei que me amas. Nem sempre soube, mas agora sei.
- Às vezes, és má. Às vezes, és muito má.
- Desculpa. Não se trata de ti. Trata-se de mim. Da minha procura quando não me encontro. Desculpa, mas és livre de ir. És livre de ir. Dificilmente alguém aguenta tanta inquietude. Podes ir sossegado. Eu compreendo e fico feliz por ti. Acredita que fico feliz pela tua libertação.
- Não quero ir. Quero ficar. Deixas-me ficar? Já não conheço a vida sem ti. Quero cuidar-te. Quero ser o teu companheiro. Essa inquietude, às vezes, assusta-me. Tenho medo que só a vejas a ela e não a mim. Mas tens voltado sempre. E eu sei esperar.
- Amo-te.
(a lágrima.)

(Conceição Sousa)
 
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