- Amar? Amar de "amar"? Amar mesmo?
- Sim, amar. Amar de amar. Amar, porra!
- Acho que...acho que amar, amar mesmo, amar de "amar, amar", não. Com muita pena minha, não amo ninguém.
- Com muita pena tua?...
- Sim. O mais triste na vida é passar por ela sem amar nem deixar de amar. Sem sentir, percebes?
- Não, não percebo.
- Eu finjo que amo tudo. Eu finjo que amo todos. Eu finjo que morro de amores e por amor. Eu finjo p'ra me poder esquecer de que nada sinto.
- Como?
- É o mais triste. Este vazio... nada sentir, acho eu. Como é não sentir um vazio?
- Tu não estás bem.
- Como é não sentir o vazio? Não odeio nem amo. Não sinto nada.
- Não odeias nem amas? Tu não estás bem.
- Nada. Nada de nada. Mas, pelo que observo, deve ser bem melhor amar. Eu quero amar, babar, como aquele casal, ali, vês? Aquele casal, ali mesmo. Babar...
- Tu não estás bem...Bem, que grande marmelanço ali vai.
- Vai, não vai? Acho eu.
(Conceição Sousa)
- Sim, amar. Amar de amar. Amar, porra!
- Acho que...acho que amar, amar mesmo, amar de "amar, amar", não. Com muita pena minha, não amo ninguém.
- Com muita pena tua?...
- Sim. O mais triste na vida é passar por ela sem amar nem deixar de amar. Sem sentir, percebes?
- Não, não percebo.
- Eu finjo que amo tudo. Eu finjo que amo todos. Eu finjo que morro de amores e por amor. Eu finjo p'ra me poder esquecer de que nada sinto.
- Como?
- É o mais triste. Este vazio... nada sentir, acho eu. Como é não sentir um vazio?
- Tu não estás bem.
- Como é não sentir o vazio? Não odeio nem amo. Não sinto nada.
- Não odeias nem amas? Tu não estás bem.
- Nada. Nada de nada. Mas, pelo que observo, deve ser bem melhor amar. Eu quero amar, babar, como aquele casal, ali, vês? Aquele casal, ali mesmo. Babar...
- Tu não estás bem...Bem, que grande marmelanço ali vai.
- Vai, não vai? Acho eu.
(Conceição Sousa)
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