Não te conheço.
Como posso dizer que é amor
este sentir que me estremece de rir?
Como posso dizer que é amor
este estar em ti, nesse corpo que não é meu,
que me roubou o pensamento
e me deixou vazia, aqui, no lugar onde sobra a matéria?
Como posso dizer que é amor
este pretexto de em ti ser
só para de mim não me perder?
Como posso dizer que é amor
a lágrima que se verte
de cada vez que o coração aquece
nessa utopia cúmplice?
Não te conheço,
mas sinto o abraço, bem apertado,
desse silêncio amargurado,
desse nó que na garganta fala,
e me traz ao colo para todo o lado.
És o ombro que se ajeitou,
nele me recostei,
e assim comigo ficou.
Não me perguntes - nem me perguntarias... -,
sabes que a ti me dei,
e dou,
nos segundos de aflição.
Quando a tristeza vem,
é sempre a tua na minha mão.
Não te conheço.
És o estranho que me sussurra
constantemente: perdão.
Ficamos, assim,
nos ombros um do outro,
a afagar-nos a vida: o sim.
Beijo-te.
(Conceição Sousa)
Como posso dizer que é amor
este sentir que me estremece de rir?
Como posso dizer que é amor
este estar em ti, nesse corpo que não é meu,
que me roubou o pensamento
e me deixou vazia, aqui, no lugar onde sobra a matéria?
Como posso dizer que é amor
este pretexto de em ti ser
só para de mim não me perder?
Como posso dizer que é amor
a lágrima que se verte
de cada vez que o coração aquece
nessa utopia cúmplice?
Não te conheço,
mas sinto o abraço, bem apertado,
desse silêncio amargurado,
desse nó que na garganta fala,
e me traz ao colo para todo o lado.
És o ombro que se ajeitou,
nele me recostei,
e assim comigo ficou.
Não me perguntes - nem me perguntarias... -,
sabes que a ti me dei,
e dou,
nos segundos de aflição.
Quando a tristeza vem,
é sempre a tua na minha mão.
Não te conheço.
És o estranho que me sussurra
constantemente: perdão.
Ficamos, assim,
nos ombros um do outro,
a afagar-nos a vida: o sim.
Beijo-te.
(Conceição Sousa)
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