Queres cerrar comigo os lábios e,
num pacto de silêncio hirto,
serrar os troncos de civilização vestidos?
Basta-nos os cepos lânguidos -
e o comungar da seiva
no arrepio quente do inverno agreste.
Queres a surdez no grito da água
que sobrevoa a cascata imóvel -
e penetrar na gruta cheia de gente
que ninguém vê, ó estante?
Ou preferes o crepitar da lareira e,
junto comigo,
extinguir-te perante o suor escorrido dos amantes
que em nós se aquecem?
(Conceição Sousa)
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