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domingo, 18 de novembro de 2012

DOAR


Nem sei bem ao que nasci,

nem sei bem ao que vim e morri,

nem sei bem ao que estou, fui e fiquei,

mas sei de ti e de mim,

sei sempre de nós;

sei que, no momento em que te olho

(verdadeiramente olho),

doo-me, doo-me sempre:

dói cá dentro a dor daí

- que é a daqui -,

e sai daqui este vento,

que já daí vem.

Estendo-te a mão,

sempre a mão,

para que entregues nela o teu sofrimento;

e te levantes sorriso fundo,

sorriso nosso,

sem dor, meu irmão.

Porque doar é sempre de nós,

em nós e por nós,

é sempre do nosso ar.

Respira, meu amor.

(Conceição Sousa)   *

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