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domingo, 18 de novembro de 2012

o antes

Não receies pôr termo a um antes.
Não te acomodes ao que te habituaram, ao que te habituaste.
Se te faz sofrer, se te dói, se te faz chorar,
se te sentes constantemente a amargar,
se te impingem um continuo e decadente estar,
sem direito ao mais ínfimo sorriso nem horizonte mais adiante,
sê implacável: decapita-o, dá-lhe o teu fim.
Respira fundo.
Começa um agora diferente,
mesmo que desconhecido,
mesmo que imprevisível, não será de todo o antes doente.
Arregaça as mangas,
mergulha na queda do caos ( saída?),
aos poucos orienta-te, e sorri: és, finalmente, dono de ti.
Vive o que não sabes,
pois o que te dão a saber é sabor de morte, é morrer.
Vive sem olhar à farsa da construção oca que te querem fazer acreditar,
vive o pouco ou muito que te resta sem temer as tuas escolhas.
Pensa bem?
Quanto tempo da tua vida entregaste nas mãos deles?
E para quê?
Quanto tempo precisas mais para perceber que se lambuzam com a tua vida?
Não será já hora de a reaveres?
Ou quererás entregar o resto do teu tempo sem de verdade te conheceres?
A questão é: morres agora para morrer ou morres agora para viver?

(Conceição Sousa)   *

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