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sábado, 10 de novembro de 2012

tangível acaso


Foi no intervalo do tangível acaso,
abalo de partitura,
que te encontrei, raro vão…
amei-te, exíguo engenho, no halo,
e suguei-te todo o génio, meu sopro, perdão !
Foi no escasso espectro de ti, ponto de luz, meu ocaso,
que me deleitei de minha graça;
sem graça, corri no teu singular termo,
e sorri, ao ermo, coisa incognoscível!
Soube-me, ânimo do ente que me habita –
agora, inevitavelmente, do êxtase desânimo pungente.
Sou: da ocasião proscrita; a diminuta lágrima;
o hermético intuído fantasma, que de mim brota,
e a mim retorna; imensidão restrita –
sonhada, vivida, chorada, escrita.

(Conceição Sousa)   *

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