no abraço forte que me dás e aqui não chega
sinto nossa história crescer – e esmorecer.
uma que a vida nos oferta e que, pasma, me apanhou de saída.
sem sequer ter saído, fiquei;
entrei no teu abraço, que não chega, de mansinho,
sem me saber aí, aí chorei.
e quando me soube, omisso, negaste o meu no teu caminho.
no forte abraço que me entregas, e que não chega,
sonho-nos o estar enlaçado em que me negas.
só pode ser meu. não vês, amor?
é um trajecto sem retorno nem despudor;
no instante em que o encetei,
e sem dar conta do quanto me dói,
repliquei o dar o nó, sem qualquer transtorno.
e esse forte abraço que da morte me esconde
também a ela me mostra:
escancara-me no onde – é ferida aberta em conforto de crosta.
abraça-me forte, amor,
e chega-te, aqui, chega-te o suficiente
para, sem mossa, cobrires minha dor,
do meu corpo enlaçado na tua alma,
meu doce cobertor.
(Conceição Sousa in "ai.como dói.esta dor.")
sinto nossa história crescer – e esmorecer.
uma que a vida nos oferta e que, pasma, me apanhou de saída.
sem sequer ter saído, fiquei;
entrei no teu abraço, que não chega, de mansinho,
sem me saber aí, aí chorei.
e quando me soube, omisso, negaste o meu no teu caminho.
no forte abraço que me entregas, e que não chega,
sonho-nos o estar enlaçado em que me negas.
só pode ser meu. não vês, amor?
é um trajecto sem retorno nem despudor;
no instante em que o encetei,
e sem dar conta do quanto me dói,
repliquei o dar o nó, sem qualquer transtorno.
e esse forte abraço que da morte me esconde
também a ela me mostra:
escancara-me no onde – é ferida aberta em conforto de crosta.
abraça-me forte, amor,
e chega-te, aqui, chega-te o suficiente
para, sem mossa, cobrires minha dor,
do meu corpo enlaçado na tua alma,
meu doce cobertor.
(Conceição Sousa in "ai.como dói.esta dor.")
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