Ele: - Que me importa o que os outros pensem ou falem? Que me importa? Eu sei o que sinto por ti, amor. Eu sei como é bom. Eu sei como é bom quando estou contigo, no escuro, só contigo, sem nada nem ninguém em redor. Só eu e tu, amor. Que me importa os outros?
Ele: - Sim…tens razão. Tens sempre razão. É bom…é mesmo bom. E sabe bem, sabe muito bem. E, se é bom e se sabe bem, se ambos o sentimos, não pode ser errado. É nosso: só eu e tu. Deixa os outros p’ra lá. São estranhos. São morte.
(Olham-se, em silêncio, num silêncio sempre igual, um silêncio de mil palavras que se despenham de um céu acabado de amanhecer. Aquecem-se. Sorriem, ao de leve, e douram-se nos rostos que se deitam nas palmas daquelas mãos tão abertas, tão de um só. Um chilrear de beijos nas linhas húmidas que se escorrem de vida. As mãos que se lêem e os traços que mudaram o impossível de posição: o divino.)
Ele: - É o amor o que nos define, meu querido.
Ele:- Sim. É a inevitabilidade de amar o que nos define, meu amor.
(Conceição Sousa)
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