Número total de visualizações de páginas

domingo, 18 de novembro de 2012

É um amor a inventar-nos

E quem disse que o nosso amor tem de ser vivido tal e qual todos os outros?
Tal e qual todas as formas de amor conhecidas, desconhecidas, existentes ou por existir,
concebidas ou ainda por conceber? Quem disse?
Lanço-te um desafio, cariño mio...
Está bom assim, eu em ti, e tu em mim (sempre!),
mas há que viver o que só o tempo e o alcance deste nosso patamar (de)mente sente como sentir.
Tu aí, eu aqui. Nós.
Começámos do topo, sem o saber, sem o fingir, sem o esconder, sem o querer;
castrámos o continuar ao o conhecermos - e, mesmo assim, continuámos, no topo: como é possível?
Agora é mais calmo, é mais sereno, é não ainda de nos lambuzarmos - há-de chegar lá -,
mas sabe-nos bem, vai nos sabendo bem.
É um amor a inventar-nos,
daí a surpresa, daí o espanto, daí o encanto, daí o desdém.
Não há como fugir ao que nos cria,
ao que sente prazer nesse amassar de líbidos,
ao que nem sequer no tédio tropeça,
ao que sorri em êxtase no clímax da brincadeira.
É um amor a inventar-nos.
E sabe-nos, vai nos sabendo (conhece-nos, vai nos conhecendo) a cada jogada, bem.
Não ouves as gargalhadas mordidas nos lábios?
É um amor a inventar-nos: é este o nosso desafio.
Alguma vez tinha de ser tentado, não?

(Conceição Sousa)   *

Sem comentários:

Enviar um comentário