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sábado, 10 de novembro de 2012

lágrima

Um sopro
- de águas claras e tranquilas -
no cabelo esvoaçante da criança,
que em ti mora.
Um murmúrio quente
- lava crescente -
no ouvido do homem,
que em mim chora.
Uma lágrima
- algo ténue -
cai no teu rosto;
desperta na luz da minha chama.
Uma lágrima apenas
- algo dócil -
convida-te para mim;
e tu vens escorrendo: daí.
Vulcão faminto - em erupção nos sinto.
Lava: nossas almas no calor da paixão.
É nosso o momento - agora
que encontraste a criança abandonada,
perdida nos quelhos da vida.
Esta, que essa deserta encontrou,
e que te estende a mão
segura de tudo,
no entrelaçar híbrido dos dedos nossos,
nada.

(Conceição Sousa in "pontas soltas: nós")

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