A vontade de gritar
grita ao grito, a toda a hora,
que não pode gritar: não!
E o grito, temerário,
faz-lhe a vontade...sempre, não.
E é por ausência forçada de grito
que as gentes se desesperam: aaaaaaah!
Ó grito! Ah!, tu que tanto me cansas!
Marca-me nas cordas das entranhas!
Assegura-te, ah!, e aos outros, ah!,
grita ao grito, a toda a hora,
que não pode gritar: não!
E o grito, temerário,
faz-lhe a vontade...sempre, não.
E é por ausência forçada de grito
que as gentes se desesperam: aaaaaaah!
Ó grito! Ah!, tu que tanto me cansas!
Marca-me nas cordas das entranhas!
Assegura-te, ah!, e aos outros, ah!,
das tuas façanhas, aaaaaaaah!
Cansei.
Não te canses tu, ó grito!
De verdade, já te perdoei! Aaaaaaah!
(Conceição Sousa)
Cansei.
Não te canses tu, ó grito!
De verdade, já te perdoei! Aaaaaaah!
(Conceição Sousa)
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