Encostas a tua fonte à minha fonte,
enrolas os meus cachos nos dedos meigos
que deslizam o arrepio da nuca que se entrega,
seguras a humidade do teu olhar negro no meu verde boreal -
e feres o lábio embriagado,
o que te bebe o verter do sussurro que queima no ouvido
e sucumbe ao nome que nos ferve.
Morde-me a ousadia,
lambe-me as cicatrizes,
grunhe-me o atrevimento,
geme-nos o acontece,
chora-nos as cãibras que te invadem na fuga,
grita-nos os beijos lentos a que o corpo se dá e pede -
sós rimos.
O amor não se diz nem se teme: consegue.
Vá: faz tudo o que te apetece:
é agora.
Quero ouvir.
Quem sou eu p'ra ti?
(Conceição Sousa) *
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