A fronteira entre o real e o imaginário não existe.
Tentam forçar a sua existência.
A partir do momento em que o pensas,
em que o imaginas,
passa a existir.
E se o verbalizares,
se o falares ou escreveres,
passa a existir para o outro -
não de igual forma,
pois cada um pensa como pensa,
e sente como sente.
E o que é descrito no boato,
ou no rumor,
só é boato ou rumor
(ausência de correspondência com a realidade)
para quem o verbalizou,
para quem o disse,
ou escreveu.
Para quem o "reverbaliza",
para quem o "rediz" ou "reescreve"
não é boato, nem rumor: é real.
É a realidade que lhe é mais conveniente,
pois é a única que conhece,
a única que experienciou.
E, na maioria das vezes (quase sempre),
uma realidade imaginária "rebatida"
(incessantemente "reverbalizada", "redita" e "reescrita")
torna-se numa verdade comummente aceite,
o que não quer dizer que corresponda à verdade dos factos.
Que factos?
Poderemos considerar uma realidade inicialmente imaginária um facto?
E serão os factos assim tão relevantes
( entretanto o tempo passou...) ?
Ajudem-me, porque já me perdi.
Perdida: é isto que sou.
Perdida entre o intelecto ( a razão/ a ficção)
e o sentimento (a emoção/ o coração).
Beijo-nos. (Vejo-nos.)
Ou não...
(Conceição Sousa)
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