Chegou a hora.
Ela, devagar, demarca o território e observa-o.
Sente o líquido fluir no interior da boca -
e aquele espaço já não o consegue suster.
Precisa de algo onde aferroar o enrubescido sorver.
É num estado raivoso que trincha as extremidades:
primeiro a do anular ( e o visco escorre),
e em alternância as dos mindinho, indicador e polegar
(enquanto a teia se tece, asco a salivar).
Estás preso.
A sucção segura a língua no hiato de tempo
em que se livra do habitual: a palavra.
É outra a tarefa agora.
E pasma-se, predadora, do cio que a devora.
Deixou de fazer frio.
Arrebunha o que é seu,
o que acabou, agora mesmo, de conquistar.
E rosna, ameaçadora, em redor: tenta te aproximar, tenta?
(Conceição Sousa)
Ela, devagar, demarca o território e observa-o.
Sente o líquido fluir no interior da boca -
e aquele espaço já não o consegue suster.
Precisa de algo onde aferroar o enrubescido sorver.
É num estado raivoso que trincha as extremidades:
primeiro a do anular ( e o visco escorre),
e em alternância as dos mindinho, indicador e polegar
(enquanto a teia se tece, asco a salivar).
Estás preso.
A sucção segura a língua no hiato de tempo
em que se livra do habitual: a palavra.
É outra a tarefa agora.
E pasma-se, predadora, do cio que a devora.
Deixou de fazer frio.
Arrebunha o que é seu,
o que acabou, agora mesmo, de conquistar.
E rosna, ameaçadora, em redor: tenta te aproximar, tenta?
(Conceição Sousa)
Sem comentários:
Enviar um comentário