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domingo, 4 de novembro de 2012

Há pessoas ( nas quais me incluo) que só conseguem comunicar efectivamente escrevendo. E isto, das redes sociais, é como ter saído estes anos todos à rua, calada e muda, e ter entregue uns bilhetinhos, escritos na hora, com todos os pensamentos e sentimentos que me ocorrem a 100 à hora. Tantas as vezes que te disse, a ti e a ti e a ti, tudo o que passo a vida agora a escrever, nos bilhetinhos que escrevinhei na minha cabeça, sem de facto nada te dizer. E, na verdade, quem me conhece bem, sabe que lá fora passo a vida no meu canto, muda e calada, pois não é na voz que fisicamente canto, mas sim nos dedos que, inertes, não escrevem os bilhetinhos que na minha cabeça te dizem tanto. Logo, p'ra ti, não existo; apesar de, em mim, tagarelar todo o tempo.

(Conceição Sousa)

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