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domingo, 4 de novembro de 2012

Há sensações que, embora nos pareçam vulgares, com o tempo, tornam-se raridades - verdadeiras relíquias -, pois compreendemos que houvéramos esbanjado, antes, o que, depois, seria nunca mais. Duas dessas relíquias são as pataniscas e o arroz de bacalhau da minha querida (e falecida) avó Idalina. Há precisamente vinte e um anos que não os provo. E causa-me tristeza profunda sentir o nunca mais. Na minha memória, retenho, nitidamente, as cores, o odor e o paladar que emanavam da rotina da minha avó. Por vezes, consigo até escutar o crepitar do estrugido quase queimado do arroz, e o estalar das bolhas das pataniscas. Nas minhas mãos, tacteio as almofadas douradas em rebordo de salsa e cebola. Hmmmm! Ai!, como te amo, minha querida avó.

(Conceição Sousa)
 

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