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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O sol, o foco de luz sobre o aqui,
o holofote que o operário, ao picar o ponto,
que nem um autómato, liga: é dia, estamos.
O planeta, nós no agora a fluir,
o palco, onde as peças se encaixam (ou não),
a linha de montagem a rolar:
sempre o mesmo, sempre igual ( sempre
branco, sempre preto, sempre baço, sempre límpido,
sempre curto, sempre longo, sempre perto, sempre longe),
sempre o mesmo cheiro a novo, a queimado,
o mesmo sabor a doce e depois a agro, sempre…
Eles, o universo, o negrume, a plateia, o palco de outras plateias,
que, tal como esta, não se mostram, não se vêem: intuem-se.
As plateias que observam, atentamente, a vida, a morte, os caminhos;
e aguardam, silenciosamente, o desfecho de mais um acto,
de mais uma cena: o produto ( Que produto? Qual a intenção?).
E é quando tu dormes ( ou morres…), à noite (na noite dos olhos cerrados),
que eles fazem todo o ruído ( e todo o sentido – embora não o conheças, ainda…):
o intervalo.
De quê? – perguntas.
Não sei. Ainda não sei. Mas sei que vou saber.
( Já quase que ouço as palmas:
clap!, clap!, clap!, clap! Tchiu! Não ouves? Bravo!)

Conceição Sousa


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