Um menino, em idade escolar, debruçado sobre uma mesa junto ao bar, pálido na tez e baço nos olhos, uma das mãos apoiada no tampo da mesa, a outra a segurar o ruído do abdómen.
- Tu que tens? - pergunto, sabendo perfeitamente qual seria a resposta.
- Dói-me a barriga. - responde, com a voz sumiça.
- É fome? - insisto, enquanto por resposta obtenho um aceno afirmativo de cabeça e uma lágrima contida me mostra o que já sabia.
- Vem, vamos comer. O que é que te apetece?
- Já pedi, professora. Estou em aula e a minha professora mandou-me tomar o pequeno-almoço e deu-me o cartão dela.
(Conceição Sousa)
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