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quinta-feira, 8 de novembro de 2012


A alma –
tal como o corpo que, diariamente,
se alimenta de tudo o que é apetitoso
e se liberta do que não presta
(em forma de excremento) –
também ingere tudo o que lhe aguça o apetite.
Tem, no entanto, de aprender a,
ciclicamente, expelir
o que a intoxica
(porque a depuração é natureza).
E isso faz-se através
da lágrima,
do grito,
do invectivar,
da capacidade de dizer, na hora,
o que tem de ser dito : o excremento!
Se um corpo, que não obra, adoece…
uma alma impedida de fazer a sua
(porque é sua!) obra,
e que, ao veneno, se dobra, falece.
Tenho dito! O meu excremento.
Só o bom ficou – cá dentro.

(Conceição Sousa)

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