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sábado, 3 de novembro de 2012

Eu vou ensinar-te, meu amor.
Primeiro levantas bem a tua cara, em jeito de desafio,
e, olhando-me fixamente nos olhos, abaixas-te
e chegas uns dez centímetros próximo da minha,
ficas aí a sentir uns breves segundos o nosso acelerado respirar,
percebes os trejeitos dos nossos lábios que quase se tocam...
sorvo o ar, mordes em seco, percorres todo o perímetro do meu rosto lentamente;
e pousas o teu deslumbramento num pedaço de língua a descoberto
que, atrevida, espreita as gotas do teu suor a deslizar pelo pescoço.
A seguir, seguras, com toda a firmeza do teu polegar e restante mão,
o meu queixo indeciso,
manténs o olhar preso na humidade que cresce,
na humildade da boca entreaberta...e mais não digo.

(Conceição Sousa)


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