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sábado, 3 de novembro de 2012

Eu queria não ter de viver nesta solidão tão extrema.
Por certo o espelho engana-me,
e aquela menina tão doce, tão afável, tão carente de afecto,
tão necessitada de um sorriso,
tão presente no ar com que se contempla...
por certo, aquela menina não é a que é vista
do lado de cá.
Por certo, o espelho não gosta da dor
que nele constantemente se encosta.
E tal como as lágrimas na direcção do olhar,
o sopro de vida embacia o vidro
na fuga de tão inapto soletrar: ama-me.

(Conceição Sousa)

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