Há quem duvide da minha bondade.
Às vezes até eu duvido da minha bondade,
no entanto acredito que o seja mesmo: boa.
É escusado, não consigo sentir alguém em sofrimento sem estender, de imediato, a minha mão
(e tudo o que ela traz dentro).
Não. Não é p'ra me elevarem num altar,
é mesmo porque não consigo, em mim, essa dor suportar: a do outro.
E é egoísmo, sim.
Não suporto o aperto no peito,
não quero a lágrima que se derrama,
nem o tormento da minha cama.
Quero o teu sorriso no rosto,
a paz dos meus dias,
o abraço que tanto gosto,
e o silêncio de quem nos ama.

Beijo-te, meu amor.

(Conceição Sousa)