hoje não quero morrer, como todos os dias, um pouco, morro;
hoje não quero viver, como todos os dias, um pouco, vivo;
hoje não quero deixar-te matar-me, como todos os dias, um pouco, me matas;
hoje não quero deixar-te aqui, neste lugar, onde nunca me vi;
hoje não quero que a lágrima me assalte, como tem feito, sempre que p'ra todo o lado olho e rezo p'ra que não me falte;
hoje não quero viver, como todos os dias, um pouco, vivo;
hoje não quero deixar-te matar-me, como todos os dias, um pouco, me matas;
hoje não quero deixar-te aqui, neste lugar, onde nunca me vi;
hoje não quero que a lágrima me assalte, como tem feito, sempre que p'ra todo o lado olho e rezo p'ra que não me falte;
hoje não quero fingir ser a outra, só p’ra que me esqueça desta;
mas também não quero ser a de verdade:
o nada que em tudo me resta;
hoje quero, mais uma vez, gritar ao fundo da noite, que não me mostre as cores do dia… se é p’ra não as sentir, se é p’ra não me aquecerem, se é p’ra não me olharem e não me sorrirem, se é para as saber e logo a seguir as perder, que me cubra de
escuridão, pois essa sei que nunca me larga a mão, e sempre me traz toda a alegria.
(Conceição Sousa) *
mas também não quero ser a de verdade:
o nada que em tudo me resta;
hoje quero, mais uma vez, gritar ao fundo da noite, que não me mostre as cores do dia… se é p’ra não as sentir, se é p’ra não me aquecerem, se é p’ra não me olharem e não me sorrirem, se é para as saber e logo a seguir as perder, que me cubra de
escuridão, pois essa sei que nunca me larga a mão, e sempre me traz toda a alegria.
(Conceição Sousa) *
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